Às 3:30 da madrugada e,
se cada dia é um universo,
cada madrugada é uma constelação deles...
As luzes artificiais e o cinza não me deixam ver a lua, as estrelas, ou mesmo um pedaço ínfimo do céu,
me volto para a telinha do computador
esperando mais um pouco de nada
e, de surpresa,
me enchem os olhos as luzes de uma estrela morta.
Ayrton Sena não brilhou nos céus,
mas nos asfaltos...
ousou ter voz
opinião
e forçou sua vez num dos meios mais sujos de nossos tempos.
Fez literalmente poeira da máfia do GP 1,
falou o que não devia,
ganhou quando não convinha,
bateu quando não podia...
e morreu...
Pelo bem desse poema haveria de casar-se a morte com um par de impacto,
mas sendo Senna o morto,
talvez seja o caso de não poder,
em seu caso não houve tempo...
morreu solitário o herói de uma época,
morreu contrariado num carro que não queria
[nem rendia]
morreu numa curva em que simplesmente não morreria.
Fico pensando,
talvez tenha se passado da morte, estando em Ímola para ceifar Ratzemberger,
ter apenas se encantado
com o Sorriso, com os sonhos e com os domingos,
e ciumenta como é,
tenha decidido levar só para ela esses domingos que deviam ser eternos.
É duro,
no despertar de uma terça-feira,
descobrir que há 17 anos
Ímola matava meus domingos
transformando o “Tema da Vitória” em requiem.
No fim das contas
acho que vale
uma lágrima.
==> Link para assistir online a um filme bem recente sobre o Senna:
http://wwwstatic.megavideo.com/mv_player3.swf?image=http://img20.megavideo.com/94ee3d86065a4f3bc150bfa308427c9b.jpg&v=FPO6Y4RR
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